{"id":3206,"date":"2021-12-03T07:43:59","date_gmt":"2021-12-03T07:43:59","guid":{"rendered":"https:\/\/www.cirurgiahpb.com.br\/?page_id=3206"},"modified":"2021-12-09T17:40:42","modified_gmt":"2021-12-09T17:40:42","slug":"patologias-do-pancreas","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/www.cirurgiahpb.com.br\/patologias-do-pancreas\/","title":{"rendered":"Patologias do P\u00e2ncreas"},"content":{"rendered":"\t\t
O p\u00e2ncreas \u00e9 um \u00f3rg\u00e3o relativamente pequeno, que pesa cerca de 100 gramas e mede cerca de 15cm em um adulto. Situa-se, em condi\u00e7\u00f5es normais, na por\u00e7\u00e3o superior do abd\u00f4men, abaixo do est\u00f4mago e \u00e9 interligado por um canal ao duodeno. \u00c9 dividido em partes denominadas cabe\u00e7a, corpo e cauda.<\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t Este \u00f3rg\u00e3o \u00e9 classificado como uma gl\u00e2ndula mista, por possuir um funcionamento ex\u00f3crino e outro end\u00f3crino. A por\u00e7\u00e3o do p\u00e2ncreas que exerce <\/span>fun\u00e7\u00e3o ex\u00f3crina<\/b> \u00e9 respons\u00e1vel pela s\u00edntese do suco pancre\u00e1tico, que cont\u00e9m enzimas que atuam na digest\u00e3o de carboidratos (amilase pancre\u00e1tico), lip\u00eddios (l\u00edpase pancre\u00e1tica) e prote\u00ednas (proteases: quimiotripsina e carboxipeptidase), ou seja, a parte ex\u00f3crina produz enzimas que auxiliam na digest\u00e3o. A por\u00e7\u00e3o do p\u00e2ncreas que desempenha uma <\/span>fun\u00e7\u00e3o end\u00f3crina<\/b> (=fun\u00e7\u00e3o hormonal) \u00e9 formada por c\u00e9lulas que produzem insulina e que produzem o glucagon. Ambos os horm\u00f4nios s\u00e3o respons\u00e1veis pela manuten\u00e7\u00e3o de n\u00edveis de glicose no sangue.\u00a0 Por essa raz\u00e3o, o p\u00e2ncreas \u00e9 fundamental para o bom funcionamento do organismo.<\/span><\/p> No entanto, devido a algumas situa\u00e7\u00f5es, como h\u00e1bitos de vida pouco saud\u00e1veis ou obstru\u00e7\u00e3o das vias biliares esse \u00f3rg\u00e3o pode sofrer altera\u00e7\u00f5es no seu funcionamento, resultando em doen\u00e7as que podem ter graves consequ\u00eancias para a pessoa caso n\u00e3o seja identificada e tratada.<\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t O p\u00e2ncreas pode desenvolver doen\u00e7as por inflama\u00e7\u00e3o, pode ter cistos ou pode ter tumores. A inflama\u00e7\u00e3o do p\u00e2ncreas \u00e9 conhecida como pancreatite, classificada em aguda ou cr\u00f4nica. O p\u00e2ncreas pode ter cistos, que normalmente n\u00e3o causam sintomas, mas que devem ser acompanhados pois alguns tipos podem se tornar tumores. E o p\u00e2ncreas tamb\u00e9m pode desenvolver tumores, mais agressivos ou menos conforme o subtipo de tumor (adenocarcinoma, neuroend\u00f3crino). <\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t Pancreatite \u00e9 uma inflama\u00e7\u00e3o do p\u00e2ncreas, causada pela ativa\u00e7\u00e3o das enzimas pancre\u00e1ticas dentro da gl\u00e2ndula, que acabam digerindo a pr\u00f3pria gl\u00e2ndula, provocando dor e outros sintomas. Pode acontecer de forma aguda, ou seja, abrupta, sem ter tido epis\u00f3dios pr\u00e9vios, ou pode acontecer de forma cr\u00f4nica, ou seja, uma doen\u00e7a j\u00e1 conhecida que pode de tempos em tempos inflamar (=agudizar).\u00a0<\/span><\/p> As duas causas mais comuns de pancreatite aguda s\u00e3o c\u00e1lculos da ves\u00edcula biliar e o uso abusivo de \u00e1lcool. Os c\u00e1lculos biliares provocam pancreatite quando s\u00e3o expelidos da ves\u00edcula biliar e empurrados em dire\u00e7\u00e3o ao intestino. Nesse trajeto, na passada at\u00e9 o intestino, provocam a inflama\u00e7\u00e3o do p\u00e2ncreas, por aumentar a press\u00e3o interna do p\u00e2ncreas durante a passagem. Nesses casos, tem-se a indica\u00e7\u00e3o da remo\u00e7\u00e3o da ves\u00edcula biliar por cirurgia para que n\u00e3o ocorra novo epis\u00f3dio. O \u00e1lcool pode provocar pancreatite aguda e evoluir para cr\u00f4nica, que de tempos em tempos pode agudizar, ou seja, o p\u00e2ncreas fica em constante estado de agress\u00e3o. Nesses casos, a parada de ingest\u00e3o de bebida alco\u00f3lica \u00e9 mandat\u00f3ria,\u00a0 e deve ser imediata. A pancreatite cr\u00f4nica pode-se manifestar como dor constante abdominal, eventualmente existe indica\u00e7\u00e3o de cirurgia para al\u00edvio da dor, mas o mais importante \u00e9 a parada na ingest\u00e3o de bebidas alco\u00f3licas.<\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t A Neoplasia Papilar Mucinosa Intraductal est\u00e1 se tornando cada vez mais frequente na pr\u00e1tica cl\u00ednica, isso ocorre por causa dos melhores equipamentos de imagem que existem hoje em dia, permitindo a visualiza\u00e7\u00e3o de cistos que antes poderiam n\u00e3o serem vistos. Os IPMNs s\u00e3o muitas vezes encontrados incidentalmente em exames de imagem realizados por outras causas. S\u00e3o raramente considerados malignos no momento do diagn\u00f3stico, por\u00e9m podem evoluir para malignidade. Eles se formam dentro do p\u00e2ncreas, e, como caracter\u00edstica que diferencia de outros cistos, possuem comunica\u00e7\u00e3o com os ductos do p\u00e2ncreas. S\u00e3o subdivididos em dois tipos, de acordo com a comunica\u00e7\u00e3o com o ducto pancre\u00e1tico principal ou secund\u00e1rio. Em alguns casos podem afetar ambos os ductos principal e secund\u00e1rio, sendo chamado de misto. Em alguns casos pode se transformar em tumor maligno ao longo de muitos anos. Por esse motivo, um acompanhamento pr\u00f3ximo deve ser realizado, pelo menos no in\u00edcio do diagn\u00f3stico, para que se tenha clareza quanto a necessidade de retirada do cisto. \u00c9 importante que os pacientes com IPMN sejam vistos por um especialista na \u00e1rea que possa acompanhar e\/ou indicar a retirada do cisto quando necess\u00e1rio.<\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t De car\u00e1ter quase sempre benigno, os cistos no p\u00e2ncreas se assemelham a bolsas de l\u00edquido, que surgem na gl\u00e2ndula.\u00a0 O diagn\u00f3stico geralmente \u00e9 feito por meio de exames de imagem, como a ecografia e a tomografia, que conseguem visualizar os cistos com nitidez. Uma vez encontrados, deve ser avaliado quanto a necessidade ou n\u00e3o de cirurgia para a retirada do cisto. Os cistos benignos somente tem indica\u00e7\u00e3o de cirurgia quando tem chances de se tornar maligno ao longo dos anos ou quando se tem d\u00favida quanto ao diagn\u00f3stico. Os cistos de p\u00e2ncreas mais comuns s\u00e3o os cistos mucinosos, os cistos serosos e os cistos do tipo IPMN (ver pr\u00f3xima se\u00e7\u00e3o). Os cistos serosos n\u00e3o tem indica\u00e7\u00e3o de remo\u00e7\u00e3o cir\u00fargica por si, somente se estiverem causando algum sintoma por compress\u00e3o, mas eles n\u00e3o s\u00e3o associados ao risco de transforma\u00e7\u00e3o maligna. Os cistos mucinosos, dependendo do tamanho, pode correr risco de maligniza\u00e7\u00e3o, ou seja, risco de se tornar um c\u00e2ncer. nesses casos, de cistos mucinosos grandes, existe a indica\u00e7\u00e3o de remo\u00e7\u00e3o cir\u00fargica. Importante ser avaliado por um especialista nessa \u00e1rea pois operar o p\u00e2ncreas eventualmente envolve cirurgia de grande porte. Estas cirurgias apesar de serem de grande porte, tem um risco de mortalidade de menos de 5%, quando realizadas por cirurgi\u00f5es com grande experi\u00eancia na \u00e1rea. <\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t \u00a0<\/p> No Brasil, o c\u00e2ncer de p\u00e2ncreas representa 2% de todos os tipos de c\u00e2ncer e 4% das mortes por c\u00e2ncer. Os fatores de risco incluem fumo, idade, g\u00eanero masculino, pancreatite cr\u00f4nica e exposi\u00e7\u00e3o a algumas subst\u00e2ncias industriais.O c\u00e2ncer de p\u00e2ncreas \u00e9 um tipo de tumor que apresenta altas chances de met\u00e1stase e que compromete seriamente a vida da pessoa, pois normalmente s\u00f3 \u00e9 identificada em est\u00e1gios mais avan\u00e7ados. Esse tipo de c\u00e2ncer \u00e9 mais frequente em pessoas entre 60 e 70 anos, mas tamb\u00e9m pode acontecer em pessoas com hist\u00f3rico na fam\u00edlia, que j\u00e1 tiveram pancreatite, que consomem constantemente bebidas alco\u00f3licas, fumam e consomem alimentos muito gordurosos.<\/span><\/p> Principais sintomas: Os sinais e sintomas manifestam-se pela presen\u00e7a na maioria das vezes de icter\u00edcia, a colora\u00e7\u00e3o amarelada da pele e mucosas. Muitas vezes os pacientes apresentam prurido (coceira) e perda de peso associada \u00e0 falta de apetite. As fezes podem ficar esbranqui\u00e7adas e a urina escura. Os sintomas do c\u00e2ncer de p\u00e2ncreas geralmente surgem quando a doen\u00e7a j\u00e1 se encontra mais avan\u00e7ada, podendo ser percebida urina escura, fezes esbranqui\u00e7adas ou com gordura, pele e olhos amarelados, dor abdominal, falta de apetite, perda de peso, n\u00e1useas frequentes e v\u00f4mitos.<\/span><\/p> Caso os sintomas presentes n\u00e3o desapare\u00e7am em 1 semana, \u00e9 importante ir ao especialista para que sejam feitos exames que possam concluir o diagn\u00f3stico e , em caso de c\u00e2ncer, iniciar o tratamento correto. A confirma\u00e7\u00e3o do diagn\u00f3stico inicia pela ecografia abdominal, mas tomografia computadorizada e\/ou resson\u00e2ncia magn\u00e9tica s\u00e3o normalmente necess\u00e1rias. Al\u00e9m disso, marcadores tumorais no sangue como o CA 19-9 e o Ant\u00edgeno Carcinoembrion\u00e1rio (CEA) podem auxiliar no diagn\u00f3stico.<\/span><\/p> O tratamento para o c\u00e2ncer de p\u00e2ncreas tem como objetivo a retirada da doen\u00e7a para evitar met\u00e1stase e melhorar a qualidade de vida da pessoa. A chance de cura est\u00e1 relacionada \u00e0 possibilidade de diagn\u00f3stico e tratamento em est\u00e1gio inicial. O tratamento estabelecido normalmente \u00e9 a cirurgia seguida de quimio e\/ou radioterapia. \u00c0s vezes \u00e9 necess\u00e1rio realizar a quimioterapia antes da cirurgia. \u00c0s vezes apenas quimioterapia. Cada caso deve ser analisado individualmente para se tomar a melhor decis\u00e3o poss\u00edvel.\u00a0<\/span><\/p> O tipo de cirurgia varia com a localiza\u00e7\u00e3o do tumor. Em rela\u00e7\u00e3o a anatomia topogr\u00e1fica, a cabe\u00e7a do p\u00e2ncreas encontra-se em \u00edntimo contato com o duodeno, enquanto a cauda faz contato com o ba\u00e7o. Quando o tumor se localiza na cabe\u00e7a do p\u00e2ncreas, \u00e9 necess\u00e1rio a remo\u00e7\u00e3o do duodeno em conjunto com o p\u00e2ncreas. Quando localizado na cauda do p\u00e2ncreas n\u00e3o h\u00e1 necessidade de remo\u00e7\u00e3o do intestino, por\u00e9m o ba\u00e7o geralmente \u00e9 removido junto para que haja uma adequada margem de seguran\u00e7a da cirurgia.\u00a0<\/span><\/p> Estas cirurgias apesar de serem de grande porte, tem um risco de mortalidade de menos de 5%, quando realizadas por cirurgi\u00f5es com grande experi\u00eancia na \u00e1rea. Ap\u00f3s a cirurgia decide-se pela necessidade de Quimioterapia e\/ou Radioterapia de acordo com o tipo, localiza\u00e7\u00e3o do tumor e envolvimento de g\u00e2nglios.<\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\tFun\u00e7\u00f5es do p\u00e2ncreas<\/h3>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t
Doen\u00e7as do p\u00e2ncreas<\/h3>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t
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NEOPLASIAS BENIGNAS<\/h2>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t
Pancreatites <\/h3>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t
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IPMN (siga em ingl\u00eas para Neoplasia Papilar Mucinosa Intraductal)<\/h3>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t
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Cistos<\/h3>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t
NEOPLASIAS MALIGNAS<\/h2>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t
Tumor Maligno do P\u00e2ncreas<\/h3>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t